Semana Santa começa com o Domingo de Ramos

A Semana Santa inicia-se com o Domingo de Ramos e encerra no sábado de Aleluia. Alguns incluem o domingo da Ressurreição, mas veja bem, primeiro, que a semana encerra no sábado, pois o domingo é o primeiro dia da semana e segundo, como sabemos pelo calendário litúrgico, o Tempo Pascal vai da solenidade da Ressurreição de Jesus até Pentecostes.

Você sabia que a semana santa se inicia com duas celebrações numa só Missa? Sim, chamamos de Domingo de Ramos, mas é também o Domingo da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso que é a única Missa que temos dois Evangelhos: o primeiro, precedido pela procissão de ramos e o segundo que voltará na sexta-feira feira santa. O primeiro Evangelho trás a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e no segundo, os momentos finais de Jesus dentro de Jerusalém.

No primeiro dia da semana santa seremos convidados a partilhar no ofertório uma doação fruto da quaresma em prol dos trabalhos sociais da igreja que esse ano nos fez refletir o drama da fome.  Quem fez jejum e abstinência é convidado a levar até o altar do Senhor o esforço pessoal que a Campanha da Fraternidade mexeu comigo. Nada adianta, por exemplo não comer carne, se no sábado santo e domingo de páscoa eu como exageradamente.  O sacrifício espiritual precisa ser entregue com sinceridade e coerência.

Uma curiosidade, ao chegar o domingo de ramos e eu tiver ramos benzidos do ano passado, devo levar a igreja para que queime e prepare as cinzas para a próxima quarta-feira de cinzas.

Na segunda, terça e quarta santa devem ser dias privilegiados para o Sacramento da Reconciliação.

Na quinta-feira santa iniciamos o Tríduo Pascal que vai encerrar com a Vigília do Sábado Santo: São três celebrações numa só, tanto que iniciamos a noite da quinta-feira com o sinal da cruz, saímos da cerimônia sem a tradicional benção final, voltamos às 15h iniciamos sem o sinal da cruz, retornamos a nossa casa sem a benção final, voltamos no sábado à noite e iniciamos com a benção do fogo, sem fazer o sinal da cruz.

Na quinta-feira santa fazemos 4 memórias ao iniciar o Tríduo Pascal:

1) Instituição da Eucaristia.  Por isso é chamada de Missa da Ceia do Senhor.  Jesus celebrou a primeira missa.

2) Instituição do sacerdócio ministerial: nessa noite Jesus ordenou os primeiros para consagrar o pão e o vinho, no seu corpo e sangue.  Pela manhã o bispo reúne na Catedral os seus padres, entre a consagração do óleo do crisma e a benção dos óleos do batismo e dos enfermos, os padres renovam as promessas do dia da ordenação sacerdotal.

3) Cerimônia do Lava pés: a Liturgia não é repetição, ao fazer memória, a Igreja lembra que todo cargo é um serviço, doação, do jeito de Jesus.

4) Entrega do Mandamento do Amor, como característica o cristão.  Lembremos que historicamente Jesus vai ser entregue nessa noite a morte, ele continuará vivo cada um que acredita e faz de sua vida uma oblação de amor.

Com a recepção da eucaristia nessa missa da noite o altar é desnudado, cessa as velas e todos ornamentos do presbitério.  Em alguns lugares nesse momento venda-se os santos e o crucifixo principal da igreja.

A Vigília que fazemos nessa noite é para acompanhar os últimos passos de Jesus.

A sexta-feira santa é um dia de silêncio e oração, rompido às 15h para a cerimônia do beijo da cruz. Esse é o único dia do ano que não se celebra a missa, a comunhão distribuída e da missa anterior. É a celebração mais simples que temos no calendário litúrgico, por isso se sugere que não se use instrumentos de animação.  A Liturgia sugere que o beijo seja na Cruz e não no crucificado. E não se permite maia de uma cruz para o beijo, já que se celebra a única Cruz do Senhor Jesus.

A Liturgia da sexta-feira santa não é para celebrar a morte de Jesus, embora traz a história de Sua morte, mas dia.